6.3.08

O Cinema Fantástico

Parte 1:
Do cinema expressionista aos monstros da Universal



Os fanáticos por filmes de ficção científica, horror e outros temas fantásticos podem ficar horas e horas discutindo com amigos o quanto George Lucas errou ao colocar Greedo atirando primeiro contra Han Solo em STAR WARS, como Data é o único androíde do universo que ganha rugas em JORNADAS NAS ESTRELAS ou como Michael Myers, o assassino de HALLOWEEN pode ter sido criado por um culto - digno de mitologia paranóica de ARQUIVO X, como foi explicado em suas incontáveis continuações. Tentar traçar um paralelo entre o sucesso de muitos deles e seu reconhecimento entre os críticos é ainda mais interessante, principalmente em relação ao OSCAR, quando em raríssimas ocasiões eles foram homenageados com prêmios principais.

Vamos começar bem pelo começo. A primeira cerimônia do OSCAR, foi em 1929 e o grande vencedor foi ASAS, um filme que cá entre nós não tem nada de fantástico. Naquela altura já haviam sido lançadas pelo menos duas obras-primas da Fantasia: NOSFERATU, com sua cenografia gótica e visual sómbrio e inovador, e METROPÓLIS, que utilizava uma luta entre classes sociais. Sem falar em todo o resto do cinema expressionista alemão, inclusive O GABINETE DO DR. CALIGARI, O GOLEM, FAUSTO, todos os filmes que se enquadram perfeitamente dentro do gênero e são obras-primas reconhecidas no cinema.

A coisa começou a ficar feia nos anos seguintes, como por exemplo em 1933, com KING KONG, na clássica história do macaco gigante que revolucionou o uso de efeitos especiais com um enredo levemente inspirado em A BELA E A FERA. Infelizmente isso não foi suficiente para que Kong ganhasse nem mesmo uma indicação da Academia, ainda que hoje seja considerado outra obra-prima de aventura e efeitos. Na mesma época, a Universal faturava alto com vários filmes de monstros, como aqueles inesquecíveis de Boris Karloff, como A MÚMIA e FRANKESTEIN, ou Bela Lugosi como DRÁCULA. Eram criaturas terrivelmente charmosas, baseadas em conceitos simples como monstros das profundezas, mortos que voltam à vida, homens que viram aberrações, resumindo, medos e mitos que seguem o homem desde o ínicio de sua existência. Ainda assim, com tanto sucesso, os filmes de terror ainda eram considerados filmes B.

Os filmes de monstros continuaram a fazer sucesso nos anos 40, com LOBISOMEM e O FANTASMA DA ÓPERA. Mas o que realmente explodiram foram os filmes de ficção científica, com um interesse renovado do público depois da Segunda Guerra e sua evolução tecnológica. Esse fervor transformou o início da década de 50 num tesouro para aficionados, já que vários clássicos surgiram no período como O HOMEM DO PLANETA X, GUERRA DOS MUNDOS, VEIO DO ESPAÇO, O MONSTRO DO MAR REVOLTO (com efeitos especiais quadro-a-quadro), o japonês GODZILLA, VAMPIROS DE ALMAS e A INVASÃO DOS DISCOS VOADORES. Foi um período muito fértil para discos voadores, invasões alienígenas e homens do espaço. Mas não para OSCARs. E também criando um mito errado de que filme B era filme ruim, estilo ED WOOD, para se debochar ou rir; curtir talvez, mas junto com o filme, nunca o filme.

Mas os fãs de terror nunca foram abandonados; Havia os filmes de Willian Castle e os da American-International, mas realmente marcante foi uma pequena revolução que estava para acontecer, direto da Inglaterra, sob o nome de Hammer Films. Foi em 1957, quando filmaram A MALDIÇÃO DE FRANKESTEIN, uma releitura totalmente diferente da imagem criada pela antiga Universal. O filme era mais ágil, mais sombrio, com elementos chocantes, e tornou mundialmente famosos os nomes do estúdio e de seus protagonistas, um certo senhor chamado Christopher Lee e outro chamado Peter Cushing, que repetiram a dupla em outros filmes de igual sucesso em particular O VAMPIRO DA NOITE de 1958.

Nenhum comentário:

by TemplatesForYou
SoSuechtig,Burajiru