27.2.08
Mundo Oscar 2009 | O cinema de bananas
Preparem a torcida, os salgadinhos, as cornetas e as bandeirinhas: O Oscar 2009 promete ser o ano dos brasileiros no Oscar. Tão brasileiro que duvido que a Rede Globo ouse cortar novamente a festa em favor do Big Brother.
A torcida vale por vários rostos e talentos. Fernando Meirelles estréia em Cannes seu aguardado BLINDENESS, uma co-produção entre Canadá, Brasil e Uruguai do aclamado best-seller “Ensaio sobre a Cegueira” de José Saramago com Julianne Moore, Mark Ruffalo e Gael Garcia Bernal no elenco. O fenômeno nacional TROPA DE ELITE, utiliza-se de uma brecha no regulamento do Oscar para competir nas categorias técnicas. O Urso de Ouro em Berlim e a garra dos irmãos Weinstein na distribuição valem a esperança e até mesmo em Filme Estrangeiro, o Brasil têm candidato certo: CHEGA DE SAUDADE de Laís Bodanzky tem chances até de repetir o feito de CENTRAL DO BRASIL em 1999 e emplacar Cássia Kiss como contender em Atriz Coadjuvante.
Ufanismo à parte, 2008 terá novamente Leonardo DiCaprio como anfitrião do ano. Com desempenhos em BODY OF LIES (Ridley Scott) e REVOLUTIONARY ROAD (Sam Mendes), DiCaprio promete dois trabalhos extraordinários esse ano que, talvez, a exemplo de 2006, possa pesar contra numa dupla indicação, mas o ator tem apelo comercial, um certo talento, uma carreira de peso e tudo isso pode seduzir no pleito do próximo Oscar.
Pela corrida de melhor Filme, REVOLUTIONARY ROAD é o filme a ser batido. A equipe de BELEZA AMERICANA, o elenco de TITANIC e o apadrinhamento da Paramount Vantage são motivos de sobra para que o filme herde a posição de favorito. Outro filme no arsenal da distribuidora é DEFIANCE de Edward Zwick (O ÚLTIMO SAMURAI, DIAMANTE DE SANGUE) que pode repetir o sucesso comercial dos filmes anteriores e fazer bonito na temporada de prêmios.
Por outro lado, a Universal Pictures também está no páreo com FROST/NIXON de Ron Howard (UMA MENTE BRILHANTE) onde Frank Langella interpreta Richard Nixon. Entrementes, Clint Eastwood dirige Angelina Jolie num filme de época chamado THE CHANGELING. Clint se tornou sinônimo de Oscar, arrebatando indicações para todos os seus filmes nessa década e Angeline Jolie, claramente esnobada esse ano pode finalmente ser indicada novamente.
A DreamWorks apela com THE SOLOIST, do inglês Joe Wright (DESEJO E REPARAÇÃO, ORGULHO E PRECONCEITO). Jamie Foxx interpreta um músico esquizofrênico que sonha tocar no Walt Disney Concert Hall. Um filme que promete repetir a direção clássica de Wright refletida numa belíssima fotografia e história.
Depois de ZODÍACO, sucesso cult de 2007, David Fincher trabalha com a nata dos atores em THE CURIOUS CASE OF BENJAMIN BUTTON. Com Brad Pitt no papel principal e Cate Blanchett e Tilda Swinton na periferia.
Os Weinstein atiram em três frentes: Seu primeiro grande filme de Oscar é THE READER de Stephen Daldry (AS HORAS, BILLY ELLIOT) com Kate Winslet (também num grande ano). De Anthony Minghella sai THE Nº 1 LADIES DETECTIVE AGENCY que promete uma grande interpretação de Jill Scott e, claro, o polêmico TROPA DE ELITE com boas chances nas categorias técnicas.
Depois de MOULIN ROUGE, Baz Luhrmann empreende seu épico AUSTRÁLIA pela 20th Century Fox. Uma boa aposta de sucesso e prêmios. Um filme encabeçado por Nicole Kidman que promete repetir uma nova saga dE O VENTO LEVOU, só que na Austrália e com Hugh Jackman, no papel mais difícil de sua carreira.
A Focus Features impõe MILK de Gus Van Sant, a biografia de Harvey Milk com Sean Penn que promete vingar na “ala de arte” da Academia enquanto a New Line terá um novo western com APPALOOSA, estrelando Ed Harris e Viggo Mortensen.
Há também alguns blockbusters para considerar. No topo de tudo vêm INDIANA JONES E O REINO DA CAVEIRA DE CRISTAL e O CAVALEIRO DAS TREVAS. E aqui pode haver, curiosamente uma indicação póstuma para Heath Ledger (como o Coringa). Algo que não se vê desde 1994 com Massimo Troisi em O CARTEIRO E O POETA. No retrovisor das bilheterias, há ainda HULK, HOMEM DE FERRO e SPEED RACER.
E finalmente os Indies! A Miramax Films, grande vencedor deste ano com ONDE OS FRACOS NÃO TÊM VEZ pode emplacar na disputa DOUBT de John Patrick Shanley e BLINDNESS de Fernando Mereilles. Ben Kingsley e Penélope Cruz, também prometem várias surpresas em vários papéis independentes. E é claro Steven Soderbergh filma a dupla biografia de Che Guevera em THE ARGENTINE e GUERILLA com Benicio Del Toro.
Por fim, Mike Leigh. Seu HAPPY-GO-LUCKY, visão feminina de A VIDA É BELA encantou público e crítica em Berlim. É um filme que deve crescer em buzz até uma recorrente indicação. Arrisco Roteiro e Atriz como certas, mas é só o começo...
Postado por Marfil às 11:41
Marcadores: CONTENDERS 2009, OSCAR 2009
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Um comentário:
Nossa, mas será tão brasileiro assim? Torço para que isso aconteça, afinal não vemos o Brasil no Oscar desde... "Cidade de Deus"? E será que o Ledger conquista indicação póstuma? Se ele estiver tão bem quanto nos trailers, espero que sim.
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