A Direção de Arte é geralmente dividida entre desenho de produção (Ou seja, a concepção do storyboard, a ambientação e a cenografia do filme) e a decoração de sets que basicamente é o trabalho de disposição de objetos, mobiliário e adereços usados nos filmes. Evidentemente, tudo adequado ao período histórico em que passa a estória. Portanto, os indicados quase sempre são filmes de época ou ficção-fantasia, sendo muito raro um filme contempôraneo ser indicado. Ao lado da fotografia, são os grandes responsáveis pelo visual do filme.
Apostando em uma proposta clássica, Sarah Greenwood empresta ao drama DESEJO E REPARAÇÃO, de Joe Wright, um ar de elegância perdida em figurino que capta toda a essência de época pontuada por amores inatingíveis – explorado por meio das agruras amorosa do casal Cecilia (Keira Knightley) e Robbie (James McAvoy) – e tragédias humanas à vista (2ª Guerra Mundial). A reprodução do subúrbio inglês, com suas calçadas claras e construções em tijolos, estão impecáveis. Bem como a recriação da praia de Durdink, que rendeu uma cena antologica ao filme.
O desenho de produção do lendário Dante Ferreti para SWEENEY TODD parece uma aposta acertada para direção de arte. Se a Academia nunca foi justa com a filmografia de Tim Burton, pelo menos o trabalho de Ferreti é bem aceito. Ele já foi indicado 7 vezes na categoria e ganhou em 2004 com O AVIADOR. Aqui, seu trabalho explode numa Londres escura, gótica, repleta de podridão e linhas retas. Um trabalho minimalista, mas ao mesmo tempo rico e pontual.
Dono do Prêmio do Sindicato, o CDG Awards, SANGUE NEGRO aos poucos, se tornou o grande favoríto. A exemplo de SWEENEY TODD, o trabalho aqui também é minimalista. Grandes paisagens desertícas pontuadas com um ou casebre. O destaque fica pelas imponentes torres de perfuração, a igreja de Paul Dano e a imponente mansão de Day-Lewis em franca citação à mansão de Orson Welles em CIDADÃO KANE.
A BÚSSOLA DE OURO, assinada por Dennis Gassner, ainda que não tenha o prestígio das bilheterias, fez um bom trabalho. São detalhes arte déco que esculpem formas surrealistas, bordadas com efeitos especiais computadorizados. O longa também disputa a categoria de Melhor Efeito Visual. E como lá, aqui também não ganha
Marcado pela estética subversiva do submundo nova-iorquino, o trabalho de Arthur Max, de O GÂNGSTER, do britânico Ridley Scott, impressiona pelo realismo. Forte candidato ao páreo, o filme conduz o público por uma alameda de carrões e trajes de época que denotam não apenas glamour e luxo, mas a posição e status na escala do crime. Mas o trabalho de Scott se atém a fazer apenas ajustes no roteiro. E isso não poderia ser considerado um capitulo a parte.
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