O cineasta Cao Hamburger viaja hoje para os EUA, com a meta de aquecer, com a sua presença, a campanha pela indicação de O ANO EM QUE MEUS PAIS SAÍRAM DE FÉRIAS à disputa do Oscar de melhor filme estrangeiro.
"As chances de "O Ano..." ser indicado em uma das cinco vagas da categoria são matematicamente de 63 para 5", diz Hamburger, referindo-se ao fato de que 63 países apresentaram um filme à Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood. "Mas, pela qualidade do filme e por sua vitoriosa carreira internacional, podemos ser mais otimistas", pondera o diretor, que terá encontros com a imprensa e acompanhará sessões de seu filme em Los Angeles, Nova York e Washington.
Visto por cerca de 400 mil espectadores no Brasil desde o seu lançamento em 2006, o longa foi selecionado pelo Festival de Berlim neste ano e participou de outras 18 mostras nacionais e internacionais, nas quais acumulou 25 prêmios.
"Agora, traçamos uma estratégia para gerar visibilidade para o Cao e o filme nos EUA", diz o produtor Fabiano Gullane. Como parte da estratégia, a distribuidora norte-americana do filme, a City Lights Pictures, contratou Stephen Raphael, que trabalhou neste ano na campanha do longa mexicano "O Labirinto do Fauno", de Guillermo Del Toro, que recebeu seis indicações ao Oscar e venceu em três categorias.
"Creio que este filme tem o perfil e os elementos necessários para ganhar o Oscar estrangeiro. Ele me lembra vencedores anteriores, como KOLYA e CINEMA PARADISO, escreveu o executivo da City Lights, Sal Scamardo, a Hamburger.
Segundo Gullane, por sugestão da City Lights, a produção do filme aceitou participar de seis festivais de cinema judaico nos EUA, a partir deste mês, até janeiro. "Eles acham que vale investir nas comunidades judaicas americanas", afirma.
No filme, o garoto Mauro (Michel Joelsas) passa a conviver com uma comunidade judaica no bairro paulistano do Bom Retiro, quando seus pais, militantes políticos de esquerda, são forçados à clandestinidade pela ditadura militar, em 1970.
Hamburger, porém, afirma não pretender "ressaltar o caráter "judeu" do longa. "Vamos apresentá-lo como um filme com uma pegada diferente do que o mundo está acostumado a esperar de um filme brasileiro - com uma história forte, que toca em emoções que dizem respeito ao ser humano, independentemente de raça, cultura, credo e nacionalidade."
Na campanha pela indicação do Brasil ao Oscar estão sendo gastos R$ 549 mil. Os recursos provêm do governo e dos produtores brasileiros e do distribuidor norte-americano.
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Por Silvana Arantes (Folha) / Foto: Award Dailys
2 comentários:
Os argumentos de Hamburger a favor da indicação parecem razoáveis. Acho que temos boas chances, e o filme é mesmo de qualidade.
Acho que o filme está tendo uma campanha que poucos esperavam, com FYC e tudo mais. Espero que seja indicado mesmo, seria bem merecido.
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